segunda-feira, 12 de abril de 2010

Amarrarte.


Perguntei-me várias vezes: "Quando chega a terça-feira?" Ele respondia de forma áspera, sem querer disfarçar o mal-humor: "Hoje é sexta." E eu suspirava. Suspirava porque nao tinha nada a fazer, só me restava contar nos dedos, com minha matemática falha: "Sendo assim, faltam 4 dias pra ir na Revarte, próxima terça vamos fazer o quê? Brincos! Então tenho mais 96 horas, ou seriam só 4 dias? Falando assim , parecia ser tão mais distante. De fato, era.
Durante alguns dias, semanas, a Revarte se tornou o meu lugar preferido, meu destino das semanas, meu local de encontro com amigos. Não era uma rotina, porque rotina não tira você da mesmice, não faz sentir alegria, sentir sorrisos, sentir olhares brilhantes. E eis um ponto importante, os tais olhos brilhantes...Não lembrava a última vez que vira isso tão sincero, tão bonito. Ah, o olhar da Luenna quando provou sua blusa de Tie dye, o sorriso da Erika quando conseguia enfim terminar seu trabalho do dia, e o sorriso da Fabiola quando chegavamos na Revarte? Aquilo sim, aquilo sim tinha sinceridade, daquelas que você passa a vida inteira se perguntando: existe?
Na Revarte tudo existe, existe uma sala de judô, na qual até tentamos ter aulas com as meninas do amarrarte, mas deixemos esse talento pra Erika, pra Thamarah, que ganham prêmios em todos os campeonatos. Existe a biblioteca, onde tinhamos nossos encontros, existem tantos livros, tanta cultura, tanta boa vontade, tanto amor. Amor é um sentimento que vem intríseco com muitas atitudes, o Naélio e a Sandra sabem bem o que é isso, e o melhor, sabem mostrar de forma tão involutária o quão bonito é o sentimento pela revarte.
Aprender é isso, trocar experiências é isso, ter alegrias é isso. E ele me pergunta: "Ficou tão sentimental depois que começou a ir pra revarte, to enganado?"
Não, meu bem, você não está enganado, eu , Joicy, que também era Patrícia, Celma, Julie, Camila, Renata e Magdala me envolvi com cada uma das meninas que participaram desse projeto. E só quem sentiu o abraço sincero do final do desfile, só quem sentiu as mãos das meninas suando de nervosismo antes do desfile, sabe o que foi o amarrarte.
Não éramos um trabalho de faculdade, não éramos um grupo buscando nota pra passar de semestre na disciplina porque queriamos nos formar logo. Éramos e somos uma equipe. Somos o Amarrarte.
Texto: Joicy Muniz

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